21 de abril de 2011

IX ENCONTRO DE LITERATURA INFANTO JUVENIL

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As inscrições podem ser feitas até dia 3 de Maio preenchendo a ficha de inscrição ou através do email caminhosdeleitura@cm-pombal.pt.

Saiba mais aqui.

19 de abril de 2011

Os monstrinhos da roupa suja

Convite lançamento CABEÇUDOS_peq

É já amanhã o lançamento do livro Os monstrinhos da roupa suja de Ricardo Adolfo e Jessica Kersten na Cabeçudos. Não faltem!

Prémio Nacional de Ilustração – distinções

Dada a significativa qualidade da ilustração revelada em diversas obras a concurso, o Júri entendeu dever destacar, para além da atribuição do Prémio e das duas menções especiais, 7 obras pela criatividade e originalidade das ilustrações.

Anabela Dias, pelas ilustrações da obra A menina de papel, com texto de Teresa Guimarães, publicada pela Trinta por uma Linha;

Sobre este livro já falamos aqui e aqui.
André da Loba, pelas ilustrações da obra Bocage: antologia poética, publicada pela editora Faktoria de Livros;
Bernardo Carvalho, pelas ilustrações da obra Trocoscópio, editada pela Planeta Tangerina;
Madalena Matoso, pelas ilustrações da obra O primeiro gomo da tangerina, com texto de Sérgio Godinho, editada pela Planeta Tangerina;
Madalena Moniz, pelas ilustrações da obra Sílvio, o domador de caracóis, com texto de Francisco Duarte Mangas, publicada pela Editorial Caminho;
Teresa Lima, pelas ilustrações da obra Félix, o coleccionador de medos, com texto de Fina Casalderrey, publicada pela OQO Editora;
Tiago Manuel, pelas ilustrações da obra Sai do meu filme (texto e ilustrações), editado pela Calendário das Letras.

FEIRA DO LIVRO DE LISBOA

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2ª a 5ª feira das 12h30 às 22h30
6ª feira das 12h30 às 23h30
Sábados, Domingos e Feriados das 11h00 às 23h30

18 de abril de 2011

YARA KONO vence Prémio Nacional de Ilustração 2010

image YARA KONO é a vencedora da 15.ª edição do Prémio Nacional de Ilustração, pelo seu trabalho no livro "O Papão no Desvão", com texto de Ana Saldanha e edição da Caminho.
O júri da 15.ª edição do prémio Nacional de Ilustração foi composto por Jorge Nesbitt (ARCO), Leonor Riscado (Escola Superior de Educação de Coimbra) e Cristina Grácio (DGLB).
Mais notícias no Público.
capa crocodila mandona Menção honrosa para Marta Madureira, pela ilustração para o livro "A Crocodila Mandona", com texto de Adélia Carvalho, edição da Tcharan.
image Menção honrosa para Afonso Cruz, ilustrador e autor do livro "A Contradição Humana", edição da Caminho.

IBBY em Portugal

Infelizmente não pude estar presente na reunião do IBBY que ocorreu na passada sexta-feira (dia 15) em Lisboa, por isso deixo-vos os testemunhos de quem lá esteve.

D’O Bicho dos Livros:
«Realizou-se na passada 6ª feira uma reunião entre alguns elementos da direcção internacional do IBBY (International Board of Books for Young People) e um conjunto alargado de pessoas que trabalham no sector do livro infantil (escritores, ilustradores, editores, promotores, professores), no sentido de se criar uma nova secção portuguesa desta instituição não governamental, depois do desaparecimento da APPLIJ, por falta de verbas. Depois de uma apresentação das várias valências do IBBY, do seu funcionamento central e da exemplificação da estrutura de algumas secções, passou-se à discussão sobre a situação portuguesa. Para integrar o IBBY, a secção portuguesa terá, em primeiro lugar, de elaborar os seus estatutos, de eleger uma direcção, elaborar um relatório de actividades bienal e finalmente de contribuir, anualmente, com uma quota de €3000. Este valor é estimado de acordo com o PIB nacional e o número médio de livros editados. Foi com sentido de humor que fomos informados que também neste sector estamos ao nível da Irlanda e da Grécia, cujo valor da contribuição é idêntico. Já a secção holandesa, por exemplo, paga anualmente €7000. Entre os elementos que integrarão a direcção, dois serão os intermediários privilegiados entre a secção nacional e a direcção internacional. Depois de alguma discussão sobre o possível (ou impossível) contributo de instituições públicas como a DGLB ou o Ministério da Cultura, decidiu-se pela criação de uma equipa de trabalho que deverá pensar numa primeira formulação dos estatutos e em congregar os interessados, informando-os do processo de criação da secção e organizando reuniões. Foi então constituída a equipa com aprovação dos presentes: Eduardo Filipe (responsável pela Ilustrarte), André Letria (ilustrador), Maria Carlos Loureiro (DGLB) e Leonor Riscado (professora universitária e promotora da leitura). Uma secção portuguesa do IBBY dará a Portugal a possibilidade de candidatar livros a prémios como o ALMA ou o Hans Christian Andersen, participar nos Congressos e trocar experiências com as outras secções, espalhadas pelo mundo inteiro. Os ilustradores portugueses são já reconhecidos, alguns dos nossos escritores também, as Palavras Andarilhas e Nuno Marçal, com o seu bibliomóvel foram já candidatos ao ALMA, o que significa que o trabalho que por cá se faz não é de todo desconhecido ou inválido. É por isso essencial legitimá-lo ainda mais, dá-lo a conhecer e disseminá-lo. Essa abertura de horizontes far-nos-á trabalhar melhor e obter outro retorno desse trabalho, em todas as áreas, sejam elas no âmbito editorial ou de promoção e docência. Qualquer interessado pode ser associado do IBBY, e será de todo o interesse que os estatutos portugueses o permitam, por forma a que pais, educadores, mediadores, editores, livreiros, autores, bibliotecários, animadores e quem mais tenha interesse possam participar.»

e d’O Jardim Assombrado:
«A Andreia Brites já disse quase tudo neste post d'O Bicho dos Livros. Na passada sexta-feira, o IBBY (International Board on Books for Young People) promoveu uma reunião em Lisboa – a Sociedade Portuguesa de Autores cedeu o espaço – com o objectivo de “ressuscitar” a secção portuguesa e integrá-la no actual grupo dos 73 núcleos activos em todo o mundo (neste momento, só o Brasil representa a língua portuguesa).
Isto significa muito – por exemplo, a possibilidade de nomear candidatos ao Prémio Hans Christian Andersen e à Lista de Honra, como já foi feito no passado. Há outras coisas mais low profile que não ficam tão bem na fotografia, mas são, pelo menos para mim, muito mais estimulantes. Falo dos programas Children in Crisis e Yamada Fund, que implicam os livros para crianças na sua dimensão (óbvia) de responsabilidade social e cultural, levando muito longe a ideia de “livroterapia”. O IBBY esteve presente nos terramotos do Haiti e do Chile, entre outros cenários calamitosos, para mostrar que a leitura é decisiva na (re)construção do indivíduo – isto para quem acredita que os livros salvam vidas –, tal como o cimento é importante na reconstrução de um país.
Por enquanto, ainda estamos no reinício. Na sala, entre cerca de 40 pessoas de várias as áreas (escrita, ilustração, jornalismo, promoção da leitura, bibliotecas, edição…), vi muitas caras novas, gente que com certeza tem contributos válidos para esta nova fase do IBBY em Portugal. Porque somos um país de talentos erráticos, parece-me importante que quem queira dar o seu contributo não fique de fora, e isso só se fará com uma secção forte e vitalizada, que acolha em vez de excluir, porque é assim, e só assim, que as coisas crescem e se multiplicam.
O grupo de trabalho recém-formado, que se encarregará de rever os estatutos e aferir as bases para a fundação de uma nova associação, é de peso e tem créditos bem firmados: Eduardo Filipe (comissário da Ilustrarte), Maria Carlos Loureiro (responsável da DGLB), André Letria (ilustrador), Leonor Riscado (professora universitária e investigadora) e António Torrado (escritor). Bom trabalho!»

14 de abril de 2011

visita ao JI DOS CORREIOS

Como já vos tinha contado, no passado dia 6 visitei a Biblioteca do Jardim de Infância das Campinas (Agrupamento Vertical de Escolas do Viso) onde pude conversar com os meninos e meninas do JI das Campinas e do JI dos Correios.

Hoje descobri no Notícias do Baú Andarilho (blogue de todos os Jardins de Infância do Viso) de que é que os meninos e meninas do JI dos Correios gostaram mais da minha visita. Ora leiam o que eles gostaram mais de ver e ouvir:
    «* De ver os pincéis, alguns pequenos e muito fininhos, outros maiores;
    * De saber como fazia os desenhos todos nos livros;
    * O truque de cozer no papel para fazer ilustrar a coroa de uma ave1;
    * De ver as ilustrações grandes que tinha numa capa e que eram pinturas, iguais às dos livros2;
    * Os desenhos que tinham umas folhas brancas e um bocadinho transparentes por cima para as ilustrações ficarem mais clarinhas e até parecer que tinham nevoeiro3;
    * De ver o livro das aves e de conhecer a única ave do mundo que tem pestanas4
    * Dos livros que mostrou e das barbas do Pai Natal feitas com cartão5;
    * De ouvir a Gabriela contar os segredos dela para fazer as ilustrações para ficarem muito bonitas;
    * De ver a régua que ela mostrou e que dobrava para fazer ilustrações com curvas6;
    * A Gabriela também é escultora e gostamos de ver a escultura que ela mostrou7.»

1 Livro: Raras Aves Raras, Trinta por Uma Linha, 2010
Ave: Grou coroado
Técnica – para o corpo da ave: pintura em acrílico sobre papel de aguarela 
Técnica – para o cabelo da ave: costura manual com linhas de bordar em papel de aguarela
ficha16_0016pormenor da ilustração
2 Livro: O Pai Natal e o Maiúsculo Menino, texto de João Pedro Mésseder, Trinta por Uma Linha, 2009
Técnica: pintura em acrílico sobre papel de aguarela e colagens de papéis diversos

nota
: Sempre que possível mostrei os originais e as páginas dos livros
com a respectiva imagem para que pudessem concretizar a sua aplicação e ver as diferenças, quando as houvesse.
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3 Livro: Caneta Feliz, com texto de João Pedro Mésseder, Trampolim, 2009
Técnica: pintura em camadas: acrílico sobre papel de poliéster (e.g. os pincéis e o braço da direita foram pintados na última camada de papel de poliéster, ou seja, na camada de cima; por isso estão mais visíveis e menos nebulosas que a cara ou as mãos da esquerda que foram pintadas nas outras camadas)
T6pormenor da ilustração
4 Livro: Raras Aves Raras, texto de João Manuel Ribeiro e Alunos do Externato Paraíso dos Pequeninos e Colégio das Terras de Santa Maria (grupo escolaglobal@), Trinta por Uma Linha e Feira viva (2010) 
Ave: Calau Rinoceronte
ficha16_0028pormenor da ilustração
5 Livro: O Pai Natal e o Maiúsculo Menino, texto de João Pedro Mésseder, Trinta por Uma Linha, 2009
Técnica: pintura em acrílico sobre papel de aguarela e colagens de papéis diversos
Técnica – para a barba do Pai Natal: colagem de papel de aguarela muito texturado
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6 Régua Cobra (uma régua flexível e moldável para executar curvas com algum rigor) IMG_0600IMG_0601
7 Braço de boneca em bronze (12cm de comprimento) imagepormenor da escultura na mão de uma menina

13 de abril de 2011

CANETA FELIZ pelo JI Vasco da Gama – 2ª parte

image O Jardim de Infância Vasco da Gama que visitei no passado dia 5, fez-me outra surpresa com mais uma história criada a partir das ilustrações do meu livro Caneta Feliz (texto de João Pedro Mésseder, Trampolim edições). Desta vez, a história que se segue é da autoria dos meninos da sala 2.

«Era uma vez um menino que estava em cima de um pincel, dava comida ao gato que falava.
O menino com o seu pincel mágico escrevia palavras e pintava o arco-íris.
Certo dia o menino foi de viagem com o arco íris guardado na mala e ás vezes coloria-se a si próprio.
Encontrou um pintor que tinha dois pinceis, um na cabeça e outro na frente do nariz! Ele gostava de pintar ao som de musica relaxante.
Então o pintor desenhou uma heroína com flores que regava.
A familia do pintor queria ir tomar café, mas a chavena era gigante e só com a ajuda de um feijoeiro mágico conseguiram trepar e beber o café.
O pai e a mãe tiveram uma ideia...e com o cachecol dele amarraram e subiram à chavena.
A mãe rodopiava pelo ar e até parecia que estava num guarda-chuva...
Depois casaram, foram viver para o campo felizes para sempre e ainda mais quando a cegonha lhes trouxe um filhote!»

É mesmo bestial ver as diferenças de leitura das imagens de cada sala. Obrigada a todos!
Já vos tinha mostrado a história dos meninos da sala 3 aqui. Ora comparem…

12 de abril de 2011

IV PREMIO COMPOSTELA DE ÁLBUM ILUSTRADO

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A obra intitulada “El camino de Olaj”, de Martín León-Barreto Johnson (Montevideu, 1973) é a vencedora do IV Prémio Internacional Compostela para Álbuns Ilustrados, organizado pelo Departamento de Educação do Município de Santiago e pela Kalandraka. O trabalho intitulado “Al otro lado”, de Moisés Yagües Fernández (Múrcia, 1972), foi finalista do certame, enquanto “¿Quién querrías ser?”, de Arianna Papini (Florença, 1965), recebeu a menção especial do júri. Saiba mais por aqui.

obraganhadora-1

VENCEDOR: “El camino de Olaj”, de Martín León-Barreto Johnson (Guadalajara, España)

FINALISTA

“Al otro lado”, de Moisés Yagües Fernández (Murcia, España)

MENÇÃO ESPECIAL

“¿Quién querrías ser?”, de Arianna Papini (Florencia, Italia)

AFONSO CRUZ na papa-livros

imageDia 15 pelas 21h00, o escritor e ilustrador Afonso Cruz, estará na Papa-Livros com o seu livro "A Contradição Humana" (Prémio Autores 2011 SPA/RTP para Melhor Livro Infanto-Juvenil).

As ilustrações originais do livro estarão também em exposição.

"Apesar de comer tanto açúcar, é uma pessoa AMARGA. A minha mãe diz que o que lhe falta é chá." (Afonso Cruz)

11 de abril de 2011

PALAVRAS PARA QUE VOS QUERO: 15 e 16 Abril

Então? Não se esqueçam que é já na próxima sexta e sábado o 2º Encontro de Literatura Infanto-juvenil da SPA. Toca a mexer!image_thumb[4]

7 de abril de 2011

visita ao JI DO VISO

Mais uma vez no âmbito das comemorações da Semana do Livro Infantil (aLER+) visitei hoje a Biblioteca do Jardim de Infância do Viso (Agrupamento Vertical de Escolas do Viso) onde pude conversar com os meninos e meninas do JI do Viso e do JI das Cruzes.crianças de costas crianças   ilustração ao pertoFalou-se de ilustração e de alguns truques e o mais divertido foi quando conheceram dois furadores mágicos, um que faz gatos e outro que faz corações. Depois em conjunto descobrimos nas ilustrações originais onde foram colados esses pequenos recortes de papel.
autógrafoDeram-se os autógrafos da praxe. Mas simpático simpático foi o ramo
que os meninos e meninas do JI do
Viso fizeram para me oferecer: em
vez de flores tinha amêndoas. Uma
delícia!
ramo         Obrigada a todos!

6 de abril de 2011

visita ao JI DAS CAMPINAS

Ainda no âmbito das comemorações da Semana do Livro Infantil (aLER+) visitei hoje a Biblioteca do Jardim de Infância das Campinas (Agrupamento Vertical de Escolas do Viso) onde pude conversar com os meninos e meninas do JI das Campinas e do JI dos Correios.

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Como sou escultora de formação base mostrei-lhes a minha escultura
mais pequena e transportável, um
braço de boneca em bronze, que puderam pegar e sentir o seu peso
(veja-se a pequenita em primeiro plano com o braço no ar que segura na mão
a dita escultura).
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Falamos também sobre como fazer ilustração com materiais como agulha e linhas de costura, papéis de embrulho, rendas, feltro, palitos de espetadas entre muitos outros, vendo vários livros e comparando com os originais.

Obrigada a todos!

5 de abril de 2011

CATA LIVROS

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Já está disponível por aqui.

CANETA FELIZ pelo JI Vasco da Gama – 1ª parte

Como prometi aqui fica uma das histórias que os meninos da Sala 3 do Jardim de Infância Vasco da Gama fizeram a partir das ilustrações do meu livro Caneta Feliz (texto de João Pedro Mésseder, Trampolim edições). Digam-me se não é um mimo! image

visita ao JI VASCO DA GAMA

No âmbito das comemorações da Semana do Livro Infantil (aLER+) visitei ontem e hoje o Jardim de Infância Vasco da Gama (Agrupamento Vertical de Escolas do Viso).
Nestas visitas falei um pouco sobre ilustração e a sua importância, mostrei alguns dos materiais que gosto mais de utilizar e alguns livros e originais.
IMG_05891º dia - com os + pequenos dos + pequenos…
IMG_05951º dia - a magia da lapiseira… IMG_05991º dia - a magia da fita-cola de papel…

O convite para visitar alguns Jardins de Infância deste agrupamento foi-me endereçado pela coordenadora do Conselho de Docentes da EPE do Viso, Dra. Ana Barroca, a quem agradeço publicamente. No final da sessão tive o prazer de a ouvir a contar a história que os meninos e meninas deste JI criaram a partir da leitura de algumas das minhas ilustrações. Quando tiver a história nas mãos conto-vos como se desenrola. Obrigada a todos!

IMG_06232º dia - com os + graúdos dos + pequenos…Conheceram mais livros ilustrados por mim e mais materiais e truques (pois nem tudo é o que parece).
IMG_06322º dia - a régua cobra (uma régua flexível e moldável para executar curvas com algum rigor) fez sucesso e até desenhamos um caracol! IMG_06342º dia - conheceram originais de ilustração…

A HORA DO CONTO E A POESIA NO JI

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4 de abril de 2011

MÃOS À ARTE reabertura dia 8 de Abril

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3 de abril de 2011

IV Prémio Internacional Compostela de Álbuns Ilustrados

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A decisão do júri será divulgada a 8 de Abril.

2 de abril de 2011

Mensagem do 2 de Abril de 2011, Dia Internacional do Livro Infantil

Via A inocência recompensada Pedro Malasartes escreveu:

O livro recorda

Aino Pervik

“Quando Arno e o seu pai chegaram à escola, as aulas já tinham começado.”

No meu país, a Estónia, quase toda a gente conhece esta frase de cor. É a primeira linha de um livro intitulado Primavera. Publicado em 1912, é da autoria do escritor estónio Oskar Luts (1887-1953).

Primavera narra a vida de crianças que frequentavam uma escola rural na Estónia, em finais do século XIX.

O Autor escrevia sobre a sua própria infância e Arno, na verdade, era o próprio Oskar Luts na sua meninice.

Os investigadores estudam documentos antigos e, com base neles, escrevem livros de História. Os livros de História relatam eventos que aconteceram, mas é claro que esses livros nunca contam como eram de facto as vidas das pessoas comuns em certa época.

Os livros de histórias, por seu lado, recordam coisas que não é possível encontrar nos velhos documentos. Podem contar-nos, por exemplo, o que é que um rapaz como Arno pensava quando foi para a escola há cem anos, ou quais os sonhos das crianças dessa época, que medos tinham e o que as fazia felizes. O livro também recorda os pais dessas crianças, como queriam ser e que futuro desejavam para os seus filhos.

Claro que hoje podemos escrever livros sobre os velhos tempos, e esses livros são, muitas vezes, apaixonantes. Mas um escritor actual não pode realmente conhecer os sabores e os cheiros, os medos e as alegrias de um passado distante. O escritor de hoje já sabe o que aconteceu depois e o que o futuro reservava à gente de então.

O livro recorda o tempo em que foi escrito.

A partir dos livros de Charles Dickens, ficamos a saber como era realmente a vida de um rapazinho nas ruas de Londres, em meados do século XIX, no tempo de Oliver Twist. Através dos olhos de David Copperfield (coincidentes com o olhar de Dickens nessa época), vemos todo o tipo de personagens que ao tempo viviam na Inglaterra – que relações tinham, e como os seus pensamentos e sentimentos influenciaram tais relações. Porque David Copperfield era de facto, em muitos aspectos, o próprio Charles Dickens; Dickens não precisava de inventar nada, ele pura e simplesmente conhecia aquilo que contava.

São os livros que nos permitem saber o que realmente sentiam Tom Sawyer, Huckleberry Finn e o seu amigo Jim nas viagens pelo Mississipi em finais do século XIX, quando Mark Twain escreveu as suas aventuras. Ele conhecia profundamente o que as pessoas do seu tempo pensavam sobre as demais, porque ele próprio vivia entre elas. Era uma delas.

Nas obras literárias, os relatos mais verosímeis sobre gente do passado são os que foram escritos à época em que essa mesma gente vivia.

O livro recorda.

Tradução: José António Gomes

A Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é uma iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People), difundida em Portugal pela APPLIJ (Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil), Secção Portuguesa do IBBY.