Bernardo Carvalho vence Prémio Nacional de Ilustração

A Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas anunciou hoje que o ilustrador Bernardo Carvalho foi o vencedor do Prémio Nacional de Ilustração 2009 com o livro Depressa, Devagar, com texto de Isabel Minhós Martins, editado pela Planeta Tangerina. O júri, composto por Cristina Taquelim, da Biblioteca de Beja, João Paulo Cotrim e Assunção Mendonça, da DGLB, atribuiu ainda duas menções honrosas a Marta Madureira, por O livro dos medos, com texto de Adélia Carvalho (Editora Trampolim), e a Madalena Matoso, por Andar por aí, com texto de Isabel Minhós Martins (Planeta Tangerina).

Estão todos de parabéns!

Matilde Rosa Araújo: um olhar de menina

Eu vou lá estar, e vocês?

PRÁTICAS SOCIAIS NO LIVRO ILUSTRADO na bmg

Na passada sexta-feira à noite (dia 23 de Abril), ajudando à comemoração do Dia Internacional do Livro e dos Direitos de Autor, estivemos à conversa na Biblioteca Municipal de Gondomar (BMG) sobre as Práticas Sociais do Livro Ilustrado. As ilustres convidadas foram (e que podemos ver em baixo da esquerda para a direita) Fernanda Freitas (coordenadora interconcelhia da Rede de Bibliotecas Escolares) desempenhando o papel de moderadora, Cristina Madureira (professora do Ensino Básico e investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto), Elsa Lé (ilustradora e escritora) e Gabriela Sotto Mayor (ilustradora e investigadora no Instituto da Educação da Universidade do Minho).
O convite foi feito pela coordenadora da BMG, Isabel Pereira (que podemos ver mais à direita da fotografia em baixo). O Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Gondomar, Dr. Fernando Paulo, também nos deu a honra da sua presença e contribuições à conversa animada (na fotografia é o segundo a contar da direita).As intervenções foram muitas e pertinentes dos (poucos mas) muito interessados participantes na tertúlia (penso até que não houve ninguém que não tivesse participado). Foi muito agradável ver que o que tínhamos para dizer era de facto importante para as vidas quotidianas e profissionais dos presentes. É uma iniciativa a repetir.Cada um dos convidados falou um pouco das suas experiências profissionais e de vida, relacionadas com: a prática social do livro ilustrado, livro que deve ser usado e abusado, e que enquanto objecto desencadeia relações interpares relevantes para o desenvolvimento da criança (em idade pré-escolar); a importância da leitura da ilustração para a criança que ainda não está familiarizada com o código verbal, mas também para o adulto mediador. Mediador que, na opinião de todas as convidadas, receia os livros que vivem (quase) exclusivamente da imagem. Uma questão a resolver… Entre tantos outros assuntos que foram abordados durante quase duas horas e meia de conversa, e que só terminou porque o dia de todos (convidadas e participantes) tinha sido muito comprido e o merecido descanso era devido.Podem ainda dar lá um salto para ver a exposição das ilustrações da Elsa Lé (em cima) e minhas (em baixo). As minhas encontram-se à venda.A BMG tem na sua entrada uma exposição belíssima de pássaros em origami, a não perder.

Mostra de Ilustração – espaço professor

Até 11 de Junho vão poder ver alguns dos meus trabalhos em exposição no Espaço Professor da Porto Editora. As ilustrações mais recentes fazem parte do livro Raras Aves Raras (com texto de João Manuel Ribeiro e dos alunos do Externato Paraíso dos Pequeninos e Colégio das Terras de Santa Maria, edição da Trinta por uma linha) que ainda nem foi lançado (oficialmente, claro!). Também poderão ver algumas ilustrações do livro O Pai Natal e o maiúsculo Menino (com texto de João Pedro Mésseder, edição Trinta por uma linha) e outras do livro Caneta Feliz (também com texto de João Pedro Mésseder, edição da Trampolim) e, por último, algumas ilustrações do livro A Fada Dorinda e a Bruxa do Mar (com texto de Patrícia Reis e edição da Ambar).

Não percam!

Feiras do Livro de Lisboa e Porto

A 80.ª Feira do Livro de Lisboa, irá decorrer no Parque Eduardo VII de 29 de Abril a 16 de Maio e a também 80.ª Feira do Livro do Porto irá ter lugar na Avenida dos Aliados entre 27 de Maio e 13 de Junho. O horário de ambas as feiras será das 12h30 às 23h30, havendo lugar a programação musical todos os dias.

Aproveitem os (melhores) preços!

Dia Internacional do Livro e dos Direitos de Autor

Tertúlia Práticas Sociais do Livro Ilustrado, a decorrer na Biblioteca Municipal de Gondomar, pelas 21h30 do dia 23 de Abril no âmbito do Dia Internacional do Livro e dos Direitos de Autor. Estarão à conversa Fernanda Freitas, Gabriela Sotto Mayor, Elsa Lé e Cristina Madureira.

Em simultâneo poderão ver em exposição alguns trabalhos recentes das ilustradoras convidadas, Elsa Lé e Myself.
A entrada é livre até à lotação da sala.

Porque o dia mundial do beijo é todos os dias...

Vejam a maravilha que descobri via Planeta Tangerina!

Dia Internacional do Livro Infantil

Um livro espera-te. Procura-o

Era uma vez
um barquinho pequenino,
que não sabia,
não podia
navegar.

Passaram uma, duas, três,
quatro, cinco, seis semanas,
e aquele barquinho,
aquele barquinho
navegou.

Antes de se aprender a ler aprende-se a brincar. E a cantar. Eu e os meninos da minha terra entoávamos esta cantiga quando ainda não sabíamos ler. Juntávamo-nos na rua, fazendo uma roda e, ao despique com as vozes dos grilos no Verão, cantávamos uma e outra vez a impotência do barquinho que não sabia navegar.

Às vezes construíamos barquinhos de papel, íamos pô-los nos charcos e os  barquinhos desfaziam-se sem conseguirem alcançar nenhuma costa.

Eu também era um barco pequeno fundeado nas ruas do meu bairro. Passava as tardes numa açoteia vendo o sol esconder-se à hora do poente, e pressentia na lonjura – não sabia ainda se nos longes do espaço, se nos longes do coração – um mundo maravilhoso que se estendia para lá do que a minha vista alcançava.

Por detrás de umas caixas, num armário da minha casa, também havia um livro pequenino que não podia navegar porque ninguém o lia. Quantas vezes passei por ele, sem me dar conta da sua existência! O barco de papel, encalhado na lama; o livro solitário, oculto na estante, atrás das caixas de cartão.

Um dia, a minha mão, à procura de alguma coisa, tocou na lombada do livro. Se eu fosse livro, contaria a coisa assim: «Certo dia, a mão de um menino roçou na minha capa e eu senti que as minhas velas se desdobravam e eu começava a navegar».

Que surpresa quando, por fim, os meus olhos tiveram na frente aquele objecto! Era um pequeno livro de capa vermelha e marca-de-água dourada. Abri-o expectante como quem encontra um cofre e ansioso por conhecer o seu conteúdo. E não era para menos. Mal comecei a ler, compreendi que a aventura estava servida: a valentia do protagonista, as personagens bondosas, as malvadas, as ilustrações com frases em pé-de-página que observava uma e outra vez, o perigo, as surpresas…, tudo isso me transportou a um mundo apaixonante e desconhecido.

Desse modo descobri que para lá da minha casa havia um rio, e que atrás do rio havia um mar e que no mar, à espera de partir, havia um barco. O primeiro em que embarquei chamava-se Hispaniola, mas teria sido igual se se chamasse Nautilus, Rocinante, a embarcação de Sindbad ou a jangada de Huckleberry. Todos eles, por mais tempo que passe, estarão sempre à espera de que os olhos de um menino desamarrem as suas velas e os façam zarpar.

É por isso que… não esperes mais, estende a tua mão, pega num livro, abre-o, lê: descobrirás, como na cantiga da minha infância, que não há barco, por pequeno que seja, que em pouco tempo não aprenda a navegar.

ELIACER CANSINO (Tradução: José António Gomes)

Eliacer Cansino Macías (Sevilha, 1954) é professor de Filosofia numa escola de Sevilha, desde 1980, e autor de romances para jovens e adultos. Em 1997, recebeu o Prémio Lazarillo por O Mistério Velázquez, recriação da vida do anão Nicolasillo Pertusato e da sua relação com Velázquez. Em 1992, foi-lhe outorgado o Prémio Internacional Infanta Elena pelo livro Eu, Robinsón Sánchez, tendo naufragado, obra que foi também finalista do Prémio Nacional de Literatura Infantil, de Espanha. Em 2009, recebeu o Prémio Anaya de Literatura Infantil e Juvenil por Um Quarto em Babel. O lápis que encontrou o seu nome (2005). Tem muitos outros títulos editados.

A Mensagem do Dia Internacional do Livro Infantil é uma iniciativa do IBBY (International Board on Books for Young People), difundida em Portugal
pela APPLIJ (Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil),
Secção Portuguesa do IBBY.